GUILHERME W. MACHADO Se o dito comum anuncia que é tênue a linha que separa tragédia e comédia, o que surpreende não são filmes como Corra! e sim o fato de não haver muitos outros [competentes] exemplos de terror com pegada cômica. A estreia na direção de Jordan Peele – pronto para ser precocemente anunciado como novo gênio, uma síndrome bem recorrente ultimamente –, se por um lado impressiona pela solidez, também não deixa de revelar uma carência no público atual (e nesse mote também pode ser incluída boa parte da crítica), que se agarra a qualquer sinal de esperança num gênero banalizado. Todo ano um filme é anunciado “o melhor terror dos últimos anos”, em 2015 foi It Follows (2014), em 2016 foi A Bruxa (2015), e em 2017 é Corra! .