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Mostrando postagens de setembro, 2016

Top 10 - Mario Bava

GUILHERME W. MACHADO Já é tempo desse grandíssimo diretor ser mais conhecido e reverenciado, pois, embora goze de muito prestígio por parte de um público específico, nunca teve a popularidade de um Wes Craven, por exemplo. Bava é o pai do terror, um dos maiores diretores do gênero, tendo fundado grande parte dos seus alicerces. Não só isso, é um verdadeiro poeta de luz e sombra, bem como das cores. Sua participação nesse aspecto ultrapassava o âmbito do diretor, uma vez que o italiano também era diretor de fotografia da maioria de seus filmes. Por muito tempo ausente do mercado brasileiro de home video, todos esses filmes de Bava, além de outros ótimos, podem ser encontrados atualmente em versões restauradas nas excelentes coleções lançadas pela Versátil (não, eu não ganho nada pra falar isso): Obras Primas do Terror (vol.1-4) e A Arte de Mario Bava.

Os Melhores Filmes do Século XXI (não-BBC)

GUILHERME W. MACHADO A lista da BBC dos melhores filmes do século XXI, lançada já quase 1 mês atrás e que consagrou Cidade dos Sonhos [2001] como melhor filme desse início de século, vem agitando bastante o meio cinéfilo na internet, gerando várias respostas e listas adversas. Aqui não é um caso de ser a favor ou contra essa lista (que foi até bem mais variada do que eu esperaria), mas sim o de aproveitar esse momento bacana de prestigiar o cinema "do nosso tempo". Entro, então, na brincadeira e lanço aqui o meu top 10 do século, os 10 que eu escolheria caso fosse votante da lista da BBC, e mais 20 filmes maravilhosos  –  já que 10 não foram nem perto do suficiente para me satisfazer  –  que seguiriam, só que esses ordenados alfabeticamente, porque tortura tem limite.

Cidade dos Sonhos (David Lynch, 2001)

GUILHERME W. MACHADO A encenação é o estado natural do cinema, mas poucas vezes ela foi tão tensionada e explorada em diferentes camadas como em Cidade dos Sonhos . Antes de adentrar mais profundamente no texto, aviso que não é o propósito aqui o destrinchamento da história na busca por algum significado  (se é isso que busca, leia meu artigo  Explicação do Filme Cidade dos Sonhos ) ; muito se fala sobre Cidade dos Sonhos e o status (surpreendentemente popular) de filme "indecifrável", "surreal", "propositalmente confuso", ou "de interpretação aberta", que esse adquiriu, embora ele seja, na verdade, um filme bastante coeso – de estrutura difícil, reconheço – na sua história, e certamente o mais compreensível da "Trilogia dos Sonhos" ou "Trilogia de Los Angeles" de Lynch, cujos outros dois são Estrada Perdida [1997] e Império dos Sonhos [2006]. De qualquer forma, o filme não será avaliado aqui por esses seus aspecto

Top 10 - Brian De Palma

GUILHERME W. MACHADO Inspirado pelo recente documentário De Palma [2016] que anda rolando por ai, tomei a tarefa de corrigir o absurdo de não ter postado ainda um top desse que foi um dos diretores que me fizeram amar o cinema. Brian De Palma, se não o primeiro, foi um dos primeiros diretores que cheguei a conhecer por nome. Dono de uma carreira excepcionalmente consistente, com muito poucos furos, De Palma tornou-se um dos grandes manipuladores do cinema, um ourives da imagem e mestre dos segredos. Missão: Impossível é fundamental no que tange à construção e desconstrução de "verdades", um filme que, de certa forma, chega a ser quase uma síntese da faceta manipuladora e farsesca do seu diretor, superado apenas (nesse quesito) pela obra-prima Dublê de Corpo , que brinca com a imagem e com o quanto essa pode ser enganosa, um exercício radical que nega veementemente o estabelecimento de qualquer verdade absoluta.

Aquarius (Kleber Mendonça Filho, 2016)

GUILHERME W. MACHADO Depois de uma série de exercícios formais (mais para rompimento com a forma, na verdade) que, por mais interessantes que fossem, sempre deram justamente essa impressão de um cinema mais preocupado em tencionar a narrativa do que realmente contar uma história, Kleber Mendonça Filho parece começar a encontrar alguma forma de equilíbrio com Aquarius . Não cabe a esse texto comparar esse novo trabalho com O Som ao Redor [2012], e minha colocação acima não é um veredito, apenas uma constatação de uma mudança bem específica, sutil. Como toda passagem, entretanto, perde-se algo na mesma medida em que se ganha.