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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Oscar 2016 - Spotlight vence, mas não convence

GUILHERME W. MACHADO Depois de uma desastrosa previsão - pela primeira vez desde que comecei a prever o Oscar, na edição de 2012, errei o vencedor do prêmio de Melhor Filme -, na qual tive 15 acertos contra 6 erros nas categorias em que me propus prever, resta-me fazer o balanço final e refletir sobre os vencedores da mais famosa premiação do mundo do cinema. 

Oscar 2016 - Previsão dos Vencedores

Guilherme W. Machado

O Quarto de Jack (Lenny Abrahamson, 2015)

GUILHERME W. MACHADO Uma janela para o mundo. O conceito de realidade como aquilo com o que se tem contato imediato é algo muito interessante trazido por O Quarto de Jack . Para o protagonista (o jovem Jacob Trembaly) não existe nada além do “Quarto”, pois aquilo é tudo com o que já teve contato na vida, seu mundo está limitado a ele. As coisas mostradas na TV são “mágica”, e é do mesmo feitiço que o “velho Nick” consegue os mantimentos que leva para a cabana todos domingos. O mundo real de Jack resume-se, então, a sua mãe (Brie Larson), aos poucos pertences que tem no Quarto, ao velho Nick, ao próprio Quarto, e ao “espaço”, que é o céu visto pela claraboia presente no teto.

Premiações - Vencedores do BAFTA 2016 e a reta final do Oscar

Guilherme W. Machado Na noite de ontem foi entregue o BAFTA, prêmio da academia de cinema britânica e conhecido como sendo um dos maiores termometros pro Oscar, além de ser uma premiação prestigiosa por si só. Alejandro González Iñarritu surpreendeu os céticos vencendo os prêmios de Melhor Filme e Melhor Diretor com o seu O Regresso - que ainda levou outros 3 prêmios - e coloca-se numa posição bastante favorável para levar o famigerado Oscar pelo segundo ano consecutivo. Iñarritu soma conquistas no Globo de Ouro, no DGA (sindicato dos diretores, que é o maior indício na categoria para o prêmio da academia) e agora no BAFTA, podendo ser considerado o franco-favorito sem muitos receios.  Do outro lado, entretanto, encontra-se A Grande Aposta, vencedor do PGA (que é um imenso passo em direção ao prêmio de Melhor Filme), fazendo com que muitos ainda apostem numa divisão: A Grande Aposta venceria como filme e O Regresso daria a Iñarritu sua segunda vitória como diretor.

O Regresso (Alejandro González Iñarritu, 2015)

GUILHERME W. MACHADO Independentemente de tudo que possa ser dito sobre O Regresso – e muito o está sendo – o novo filme de Iñarritu é, antes de mais nada, uma experiência cinematográfica. Vou nesse texto analisar alguns de seus aspectos mais conceituais e pontuar os defeitos e as qualidades que percebi, mas no fim das contas o que realmente importa nesse tipo de cinema ao qual o diretor mexicano se propôs (uma proposta bastante diferente daquela de Birdman , deve-se dizer), é a forma como cada espectador sentiu o filme. Para aqueles com os quais a experiência não foi intensa, fica difícil gostar, pois O Regresso é, acima de tudo, um filme sensorial.

Banho de Sangue (Mario Bava, 1971)

GUILHERME W. MACHADO Banho de Sangue pulsa, como pulsa o sangue vermelho escarlate do filme (sangue quanto mais artificial mais divertido, não?), num ritmo frenético e intimidante da percussão que rege sua trilha sonora. Em toda brilhante carreira de Mario Bava, nunca houve um filme tão preocupado com a relação entre o ato de olhar e a própria morte. Os personagens, em sua maioria, encontram suas mortes neste clássico pelo simples ato de olhar ou de ter olhado em momentos inapropriados.