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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

Crítica - Ela (Her, 2013)

Guilherme W. Machado O novo filme de Spike Jonze - diretor que fez sua fama dirigindo roteiros de Charlie Kaufman - se vale de uma ótica romântica para suavizar um possível futuro perigosamente distópico. A intenção pode parecer boba; o resultado, entretanto, vai muito além do esperado. A bela história de amor entre um homem solitário (e depressivo) e um sistema operacional - com inteligência artificial - contrasta com um cenário futurista pessimista, ainda que muito bem mascarado, onde a incapacidade de comunicação entre as pessoas cresce cada vez mais.

Apostas Oscar 2014

Primeiramente gostaria de me desculpar pela demora, mas faz pouco tempo que terminei de ver os filmes concorrentes e fiquei sem internet alguns dias, então... O Oscar desse ano desde cedo apresenta uma concorrência principal entre Gravidade e 12 Anos de Escravidão , com Trapaça correndo por fora. O maior desafio da academia será justificar a vitória do filme de Steve McQueen - por enquanto o filme favorito - sobre Gravidade, tendo esse último (provavelmente) mais prêmios. Baseado nesse raciocínio (tirar prêmios de Gravidade e dar mais trófeus para 12 Anos sempre que possível) minhas apostas ficam assim: OBS: Vale lembrar que essas previsões não representam, necessáriamente, a minha torcida, e sim uma avaliação fria e objetiva da premiação. Meus preferidos em cada categoria serão ditos abaixo da mesma, considerando apenas os filmes que nela concorrem. MELHOR FILME: 12 Anos de Escravidão Aqui complica, como dito acima, pois para que esse filme vença, é ne

O Pagamento Final (Brian De Palma, 1993)

GUILHERME W. MACHADO "- Let me deal with Pachanga. He’s my brother. - He’s your brother? That son of a bitch would kill his mother for money. - Most people will." A história de um homem aprisionado pelo meio ao qual pertence – no caso, a máfia – que tenta desesperadamente se soltar de suas correntes e recomeçar não poderia ter sido contada de forma mais interessante do que essa feita por Brian De Palma . É exatamente disso que O Pagamento Final se trata, uma espécie de versão adaptada moderna da "Alegoria da Caverna", de Platão, com roupagem de filme de máfia. Temos aqui um Al Pacino acorrentado e que vê o mundo de dentro da “caverna” (máfia), ele o vê composto por sombras, não pela realidade. É apenas quando ele percebe a existência fora da “caverna” que pretende se libertar, mas tal coisa não é permitida pelos ignorantes que habitam a mesma caverna; seu final, portanto, é inevitável.

Top 20 - Alfred Hitchcock

GUILHERME W. MACHADO Já chegou um ponto em que não consigo mais me conter ao fazer uma lista do maior diretor de todos tempos. 10 é impossível, 15 indesejável, 30 seria legal, mas um abuso do formato, então fiquei com top 20 por enquanto. Fato é  –  e verdadeiramente não digo isso só pelo impacto de dizer  – que  não há ordem correta, dentro de pouco tempo eu poderia reformular essa lista e constatar que Pacto Sinistro (que ficou em décimo nono, um absurdo!), ou Marnie (décimo sétimo) deveriam figurar no top 10, e isso seria completamente plausível com todos filmes aqui presentes. Quantos diretores, vivos ou mortos, tem tantas obras primas fora de um top 10 seu? Nenhum que eu conheça.

O Bebê de Rosemary (Roman Polanski, 1968)

GUILHERME W. MACHADO Fazer listas sobre qualquer coisa relacionada ao cinema é muito difícil e, apesar de divertido, não muito relevante. O terror, em especial, é um dos gêneros mais difíceis de listar, competindo apenas com a comédia. Creio que seja porque ambos gêneros são muito pessoais, da mesma forma que cada pessoa ri de coisas diferentes, cada um tem seus medos específicos. Enquanto algumas pessoas sentem intenso medo ao assistir filmes como A Bruxa de Blair , outros simplesmente dão risadas do mesmo, assim que funciona o terror, por isso é tão difícil ordenar seus melhores filmes. É notável, entretanto, que na maioria das listas especializadas no assunto, três títulos destacam-se pela imensa recorrência. São estes: O Iluminado  [1980], O Exorcista  [1973] e O Bebê de Rosemary  [1968].

O Garoto (Charles Chaplin, 1921)

GUILHERME W. MACHADO Durante a época do cinema mudo – época essa que anda chamando muito minha atenção nos últimos tempos e que desejo conhecer ainda mais a fundo – nenhum cineasta, por mais geniais que fossem Buster Keaton, D.W Griffith, F.W Murnau, etc, conseguia (e ainda consegue) nos emocionar tanto quanto Chaplin. Talvez isso se de pelo fato da grande maioria, para não dizer todas, histórias dele serem protagonizadas por pessoas imperfeitas que tentam fazer seu melhor em situações difíceis. O fator da identificação – mesmo que não diretamente com nossas vidas, mas com o que observamos – influência para que a história nos toque. Além, claro, da competência de Chaplin na dramatização, sem o uso de exageros melodramáticos.

Apocalypse Now (Francis Ford Coppola, 1979)

GUILHERME W. MACHADO “You smell that? Do you smell that? Napalm, son. Nothing else in the world smells like that. I love the smell of napalm in the morning. You know, one time we had a hill bombed, for 12 hours. When it was all over, I walked up. We didn't find one of 'em, not one stinkin' dink body. The smell, you know that gasoline smell, the whole hill. Smelled like . . . victory. Someday this war's gonna end.” O grande clássico de guerra de Coppola começa com uma das mais fantásticas cenas de aberturas já vistas. O ataque de napalm embalado com a famosa música The End, do grupo The Doors, é sinistramente envolvente e exerce, já de princípio, o efeito desejado pelo filme. Apenas vendo esta cena já se tem uma noção do que está por vir, e o filme não desaponta. Fato é que Apocalypse Now , apesar de ser amplamente reconhecido como símbolo do gênero, não é um filme de guerra típico. Ele explora o que há de mais cruel e obscuro no interior de cada um