G.W. MACHADO Não deve ter precisado de muito para convencer Hitchcock a fazer Festim Diabólico . Essencialmente, é um filme sobre assassinato; mais do que isso, sobre a própria filosofia do assassinato. Como se não bastasse, ainda vinha acompanhado com o atrativo do desafio que era filmar num espaço bastante limitado, em tempo real (aspecto fundamental que já vinha com a peça) e manter a dinâmica necessária para um filme de suspense. Parece claro até hoje que era um projeto condenado: um "teatro filmado", pretensamente intelectualizado, marcado pelo ego de um diretor que na época estava mais preocupado em transformá-lo num projeto de vaidade. Tudo isso serve para nos mostrar o quão pouco valem nossos exercícios de antecipação, e que o cinema é realmente uma arte de combinações improváveis.