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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Joy: O Nome do Sucesso (David O. Russell, 2015)

GUILHERME W. MACHADO É comum que os cineastas, principalmente aqueles que escrevem seus próprios roteiros, montem sua carreira em cima de determinados temas ou, em alguns casos, obsessões. Isso não depende de genialidade – pode acontecer com os grandes e com outros nem tanto – nem de versatilidade, pois não é uma característica necessariamente ligada ao gênero cinematográfico. Kubrick, por exemplo, fez vários tipos de filme (guerra, ficção, terror, drama, etc), mantendo em todos alguns elementos temáticos comuns de sua carreira. David O. Russell – longe de mim dizer que é um gênio – aborda mais uma vez em Joy a questão central de sua carreira: a família americana.

Film Noir [parte I]

GUILHERME W. MACHADO Não há gênero mais charmoso e melancólico no cinema. O Noir começou no cinema americano dos anos 40, foi exportado para outros países (a França teve sua boa cota de grandes exemplares do gênero) e atravessou décadas, até os tempos modernos nos quais ainda reside em um ou outro grande filme. Quando decidi finalmente sentar e fazer uma lista mais organizada desse que é um dos meu gêneros preferidos, pensei em fazê-la bastante grande, um grande compilado de noirs que eu amo, de todas épocas. Num segundo momento percebi que o projeto poderia ficar bem mais interessante dividido em duas partes: a primeira contemplaria o noir clássico e tradicional, enquanto a segunda abrangeria o dito neo-noir. Como os critérios de separação não são muito claros, adotei os seguintes: preto e branco e abaixo dos anos 60, são as duas condições para entrar nessa primeira parte da lista; colorido e acima dos anos 60 são as características que passam o filme para a segunda parte da lis

Spotlight: Segredos Revelados (Thomas McCarthy, 2015)

GUILHERME W. MACHADO Há 40 anos atrás, em 1976,  estreava Todos Homens do Presidente , filme que configurou entre os mais aclamados de um ano com Taxi Driver , Rede de Intrigas , Trama Macabra (o último Hitchcock), O Inquilino e Rocky , vencedor do Oscar em 1977. Desde a explosão de Spotlight na temporada de premiação deste ano, muito se fala sobre suas semelhanças com a obra de Alan J. Pakula – uma comparação um tanto empolgada, ainda que válida – mas não tanto assim sobre os méritos do próprio filme.

Top 15 - Melhores Filmes de 2015

GUILHERME W. MACHADO Esses tops anuais sempre são acompanhados (comigo, pelo menos) de alguns dilemas internos. Todos filmes são razoavelmente recentes na memória, sendo que somente alguns eu tive o privilégio de rever, e por isso acabam sendo julgados muito na empolgação. O que tende  a ocorrer - e não vejo remédio para isso - é que no futuro, com alguns anos de perspectiva sobre os filmes, eu olhe para essas listas e me arrependa da forma como as ordenei, ou mesmo de algumas escolhas. Isso é algo inevitável (não à toa que se aplaude os grandes filmes por resistirem ao teste do tempo) e que acaba somente servindo de desculpa para meus desagrados com o sistema de rankeamento - amo fazer listas no que diz respeito à escolha dos filmes, mas odeio ter que colocá-los em ordem. De qualquer forma, esses são os filmes que mais gostei lançados nos cinemas brasileiros em 2015:

Os Oitos Odiados (Quentin Tarantino, 2015)

GUILHERME W. MACHADO É difícil julgar Os Oito Odiados na saída do cinema. Difícil por dois motivos: um porque o filme é uma claustrofóbica sucessão de viradas e baques, no que diz respeito à trama; o outro deve-se ao fato de Tarantino distorcer tanto a dita “narrativa clássica”, inverter tanto a lógica com a qual os espectadores de cinema estão acostumados, que é difícil não sentir algum grau de estranhamento. Por mais que nada disso seja surpresa quando se trata de Quentin Tarantino – basta lembrar que o mesmo adentrou a indústria cinematográfica com Cães de Aluguel [1992] e Pulp Fiction [1994] –, fato é que o diretor não deixa de surpreender, mesmo os fãs, a cada novo filme. (Texto SEM SPOILERS)