GUILHERME W. MACHADO É comum que os cineastas, principalmente aqueles que escrevem seus próprios roteiros, montem sua carreira em cima de determinados temas ou, em alguns casos, obsessões. Isso não depende de genialidade – pode acontecer com os grandes e com outros nem tanto – nem de versatilidade, pois não é uma característica necessariamente ligada ao gênero cinematográfico. Kubrick, por exemplo, fez vários tipos de filme (guerra, ficção, terror, drama, etc), mantendo em todos alguns elementos temáticos comuns de sua carreira. David O. Russell – longe de mim dizer que é um gênio – aborda mais uma vez em Joy a questão central de sua carreira: a família americana.