Pular para o conteúdo principal

50


GUILHERME W. MACHADO

Adotei, dessa vez, uma proposta bem diferente ao elaborar minha lista (que agora passa a ser anual) de filmes favoritos. Considero uma marca do meu gosto cinéfilo a versatilidade, mais no sentido da ausência de uma grande preferência (por algum gênero ou estilo) que se sobreponha dramaticamente ao restante dos meus favoritos. Valorizando essa noção, estipulei o critério de não repetir filmes de um mesmo diretor, permitindo assim a inserção de uma gama mais ampla de obras e referências. Essa decisão foi ao mesmo tempo libertadora, no aspecto de potencializar o alcance da lista dentro de minhas próprias preferências - abriu espaço para coisas que sempre estiveram à margem mas nunca tinham entrado -, como foi tortuosa, pois tive que tomar decisões semi-impossíveis com alguns diretores, algumas das quais exemplificarei abaixo. Agora chega de texto, vamos à lista:



O Garoto [Charles Chaplin, 1921]



Sherlock Jr. [Buster Keaton, 1924]


A Regra do Jogo [Jean Renoir, 1939]


Jejum de Amor [Howard Hawks, 1940]


Casablanca [Michael Curtiz, 1942]


Almas Perversas [Fritz Lang, 1945]



A Felicidade não se Compra [Frank Capra, 1946]


Fuga do Passado [Jacques Tourneur, 1947]


O Terceiro Homem [Carol Reed, 1949]


Rashomon [Akira Kurosawa, 1950]


Contos de Lua Vaga [Kenji Mizoguchi, 1953]


A Morte num Beijo [Robert Aldrich, 1955]


A Marca da Maldade [Orson Welles, 1958]


Quanto mais Quente Melhor [Billy Wilder, 1959]


Psicose [Alfred Hitchcock, 1960]


Ano Passado em Marienbad [Alain Resnais, 1961]


Harakiri [Masaki Kobayashi, 1962]




Viver a Vida [Jean-Luc Godard, 1962]



Lawrence da Arábia [David Lean, 1962]


O Criado [Joseph Losey, 1963]


Desafio do Além [Robert Wise, 1963]


A Mulher da Areia [Hiroshi Teshigahara, 1964]


São Palo - Sociedade Anônima [Luis Sérgio Person, 1965]


Persona [Ingmar Bergman, 1966]


Duas Garotas Românticas [Jacques Demy, 1967]


Era uma Vez no Oeste [Sergio Leone, 1968]


O Exército das Sombras [Jean-Pierre Melville, 1969]


O Poderoso Chefão [Francis Ford Coppola, 1972]


Chinatown [Roman Polanski, 1974]


Prelúdio para Matar [Dario Argento, 1975]


Noite de Estreia [John Cassavetes, 1977]


Manhattan [Woody Allen, 1979]


O Ilumnado [Stanley Kubrick, 1980]


O Enigma de Outro Mundo [John Cassavetes, 1982]


Paris, Texas [Wim Wenders, 1984]


Os Bons Companheiros [Martin Scorsese, 1990]


Os Imperdoáveis [Clint Eastwood, 1992]


Instinto Selvagem [Paul Verhoeven, 1992]


O Pagamento Final [Brian De Palma, 1993]




Ed Wood [Tim Burton, 1994]



Antes do Amanhecer [Richard Linklater, 1995]


Fogo contra Fogo [Michael Mann, 1995]


Fargo [Joel Coen, Ethan Coen, 1996]


Violência Gratuita [Michael Haneke, 1997]


As Harmonias de Werckmeister [Bela Tárr, 2000]


Cidade dos Sonhos [David Lynch, 2001]


Dogville [Lars Von Trier, 2003]


Kill Bill [Quentin Tarantino, 2003/2004]


Marcas da Violência [David Cronenberg, 2005]


Sangue Negro [Paul Thomas Anderson, 2007]




Zodíaco [David Fincher, 2007]



Batman - O Cavaleiro das Trevas [Christopher Nolan, 2008]


Cópia Fiel [Abbas Kiarostami, 2010]


O Grande Hotel Budapeste [Wes Anderson, 2014]



Então, retomando a linha de raciocínio anterior, não sei se manterei essa abordagem nas edições futuras. Foi verdadeiramente triste me obrigar a manter títulos como Annie Hall, Pulp Fiction, Crepúsculo dos Deuses, Um Corpo que Cai, Janela Indiscreta, Dr. Fantástico, Pacto de Sangue, Cidadão Kane e Taxi Driver, fora da minha lista de favoritos por pura obrigação de escolher apenas um por diretor. Por outro lado, nada me impede de manter esse critério, que foi sim positivo em vários aspectos, e fazer um revezamento entre esses "quase-empates" de obras primas dos meus diretores preferidos. Veremos.

OBS: a lista acabou com 54 títulos, até poderia ter forçado e tirado 4, mas não é como se fosse um crime, então permiti essa pequena margem.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Interpretação do Filme Estrada Perdida (Lost Highway, 1997)

GUILHERME W. MACHADO Primeiramente, gostaria de deixar claro que A Estrada Perdida [1997], como muitos filmes de David Lynch, é uma obra tão rica em simbolismos e com uma narrativa tão intrincada que não é adequado afirmar tê-la compreendido por completo. Ao contrário de um deturpado senso comum, entretanto, creio que essas obras (aqui também se encaixa o mais conhecido Cidade dos Sonhos ) possuem sentido e que não são apenas plataformas nas quais o diretor simplesmente despeja simbolismos para que se conectem por conta própria no acaso da mente do espectador. Há filmes que mais claramente – ainda que não tão ao extremo quanto dito, pois não existe verdadeira gratuidade na arte – optam pela multiplicidade interpretativa, como 2001: Uma Odisseia no Espaço [1968] e Ano Passado em Marienbad [1961], por exemplo. Não acredito ser o caso dos filmes de Lynch, nos quais é possível encontrar (mediante um esforço do espectador de juntar os fragmentos disponíveis e interpretá-los) en...

Explicação do Final de Birdman

 (Contém Spoilers)                                            TEXTO DE: Matheus R. B. Hentschke    Se inúmeras vezes eu julguei Birdman como pretensioso, terei de ser justo e dizer o mesmo de mim, uma vez que tentar explicar o final de uma obra aberta se encaixa perfeitamente em tal categoria. Entretanto, tentarei faze-lo apenas a título de opinião e com a finalidade de gerar discussões acerca do mesmo e não definir com exatidão o que Iñarritu pretendia com seu final. 

Retrospectiva: 1977

GUILHERME W. MACHADO Percebi que 2017 já está quase acabando e tem vários grandes anos "aniversariantes" para os quais ainda não prestei homenagem. Entre eles, 1977. 77 foi ao mesmo tempo um ano de consolidação da maturidade de antigas lendas quanto do surgimento ainda cru de outras novas, o que se reflete de forma tão óbvia nessa seleção com jovens em ascensão como Lynch, Scorsese e Woody Allen intercalados com figurões consolidados como Buñuel, Resnais e Cassavetes. No meio destes há ainda grandes como Herzog (que certamente está na briga quando se fala no melhor cineasta daquela década) e Argento, ambos também em processo de amadurecimento.