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Mostrando postagens de novembro, 2016

Creepy (Kiyoshi Kurosawa, 2016)

GUILHERME W. MACHADO O terror vem de dentro. Retomando a cartilha de um dos seus filmes mais aclamados, Cure [1997], o mestre japonês Kiyoshi Kurosawa volta ao tema dos serial killers em Creepy [2016], depois de uma década longe do cinema de horror. Sou fã declarado do diretor, embora infelizmente ainda não tenha conseguido ver alguns de seus filmes, e o que chama mesmo atenção em seus trabalhos, acima dos enredos, que não fogem tanto assim dos padrões do gênero, é a peculiaridade de sua mise-en-scène, a forma diferenciada de como ele conduz suas histórias visualmente.

Dica - O Tigre de Bengala / O Sepulcro Indiano (Fritz Lang, 1959)

Então, pessoal, como não dá pra fazer texto de todos filmes - por incrível que pareça, tenho outras atividades - vou começar (na esperança de dar continuidade) a fazer esses pequenos posts com dicas de grandes filmes sobre os quais ainda não escrevi aqui no blog. Essas dicas consistirão num pequeno parágrafo de texto, link pro filme no IMDB (que contém todas informações técnicas), e algumas imagens, videos ou citações, dependendo de cada caso. Começo, portanto, com esse fabuloso épico dividido em duas partes (que, tal como Kill Bill, formam um único enredo) do mestre Fritz Lang, que vi recentemente, mas já subiu meteoricamente entre os meus filmes preferidos do diretor, que não são poucos. O filme é um primor visual! Inspiração direta para os Indiana Jones de Spielberg - principalmente para o segundo, que chega a ser descarado no roubo de ideias -, O Tigre de Bengala e O Sepulcro Indiano estão entre os melhores filmes de aventura do cinema.

Comboio do Medo (William Friedkin, 1977)

GUILHERME W. MACHADO Incrível como, de um mesmo livro, Clouzot e Friedkin fizeram filmes tão diferentes. O núcleo da história pode até ser o mesmo, mas não passa disso. Pra quem não sabe, Comboio do Medo [1977] é um remake do clássico francês O Salário do Medo [1953], de Henri-Georges Clouzot – que na época surgia como um “novo mestre do suspense”, um Hitchcock francês. Enquanto em 1953 havia toda uma preocupação com um jogo de nuances sobre os personagens e os passados que os levavam até ali, em 1977 Friedkin rasga tudo isso e estabelece francamente um cinema de danação: não é a especulação que ele almeja, e sim a essência de toda raiva e brutalidade envolvidas nesse processo de purgatório.

Top 10 - Jacques Tourneur

GUILHERME W. MACHADO Um dos maiores diretores de todos tempos, pouco conhecido do público geral, completaria hoje 112 anos, caso vivo. É curioso que um francês tenha tido tanto êxito no auge do sistema de estúdios americano, mas Tourneur ganhou mesmo fama pela sua capacidade de atingir excelentes resultados com orçamentos pífios, sendo um dos grandes nomes do dito "cinema B". Imensamente versátil, com obras primas notáveis em diferentes gêneros, como terror, noir, comédia, western, aventura, guerra, era nesse aspecto comparável a outro grande gênio dessa época: Howard Hawks. Enfim, posso afirmar que nunca vi um filme ruim, sequer médio, de Tourneur, sendo todos dessa lista fantásticos.

Sob o Signo de Capricórnio (Alfred Hitchcock, 1949)

GUILHERME W. MACHADO Acredito que tenha sido um impulso subconsciente – embora não possa afirmar que não foi, de fato, uma escolha consciente – que levou Alfred Hitchcock a tantas vezes retratar a angústia de mulheres presas pelo casamento ou convenções sociais. Parando pra pensar, é um tema bastante prolífico na carreira do diretor, com uma listagem de obras surpreendentemente extensa, mas nunca de forma tão frontal quanto em dois filmes: Interlúdio [1946] e esse Sob o Signo de Capricórnio [1949]. Filmes que compartilham, além do diretor e desse tema específico, da mesma atriz, Ingrid Bergman.