Recentemente assisti dois filmes no cinema - nenhum dos dois chega a ser novidade, mas somente os vi agora -, O Lobo Atrás da Porta (Fernando Coimbra, 2013) e O Homem Duplicado (Denis Villeneuve, 2014). São duas obras tão interessantes quanto são opostas. Enquanto o filme brasileiro aposta na crueza impactante da história, o talentoso canadense Denis Villeneuve aproveita todo potencial sensorial de seu filme e aposta na experiência acima do enredo - que, por mais complexo que seja, é coerente e bem interessante também. É curioso, entretanto, que ambos apoiam seus filmes com um rico estudo psicológico de seus protagonistas, além de proporem também retratos pertinentes de suas sociedades específicas (novamente, bem diferentes).
Qualidades a parte, são dois filmes bem recomendáveis, cada um por seus motivos. Embora seja vantajoso (como é para quase qualquer obra) vê-los no cinema - os dois têm a experiência bem intensificada na telona, visto que ambos contam, cada qual a sua maneira, com forte envolvimento do espectador para seu sucesso -, ressalto a importância ainda maior de conferir O Homem Duplicado na sala escura. Digo isso porque, como dito acima, é um filme onde a experiência é intensa e sua atmosfera onírica e densa é seu ponto mais forte, esses fatores são ainda ampliados no ambiente apropriado do cinema, onde a atenção no espectador no filme é máxima (além do evidente acrescimo na qualidade de imagem e som, que por mais que se tenha uma ótima estrutura em casa, ela não se igualará à do cinema).
Texto de: Guilherme W. Machado
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