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Oscar 2015 - E agora?



TEXTO DE: Guilherme W. Machado

Com o resultado do DGA (Directors Guild of America) consagrando Alejandro González Iñarritu como Melhor Diretor de 2014, por Birdman, a corrida pelo Oscar neste ano de 2015 fica acirrada como há tempos não foi. Como vem sendo apontado por aí, parece estar acontecendo um dejá vu de 2011, quando o favoritíssimo A Rede Social (David Fincher, 2010), que havia vencido o Globo de Ouro, o Critic's Choice Awards e a maioria dos prêmios precedentes a esses, sofreu a virada de O Discurso do Rei (Tom Hooper, 2010), quando esse faturou os prêmios do SAG, do DGA e do PGA.


Há, entretanto, algumas diferenças importantes a serem acentuadas:

1. Boyhood é bem melhor que A Rede Social, assim como Birdman é muito melhor que O Discurso do Rei.



2. Birdman, que vem sendo posto como favorito pelos especialistas depois de faturar os três sindicatos, não foi sequer indicado ao Oscar de Melhor Edição (que é um dos principais indicativos ao prêmio principal), sendo que o último filme que venceu Melhor Filme nessas circunstâncias foi Gente como a Gente (Robert Redford, 1980), 34 anos atrás.

3. A possível vitória de Iñarritu resultaria no quinto ano seguido no qual o vencedor de Melhor Diretor seria um não-americano, sendo o segundo ano seguido no qual a categoria seria vencida por um mexicano (Alfonso Cuarón venceu no ano passado). A academia tende a favorecer os americanos na disputa e Linklater é um dos maiores nomes do cinema independente americano da atualidade.



4. Birdman pode perder pontos importantes no caso de uma vitória de Redmayne (vencedor do SAG), que tiraria o Oscar de Melhor Ator de Michael Keaton, ou até numa possível vitória de O Grande Hotel Budapeste em Melhor Roteiro Original (que pode muito bem acontecer caso esse vença o WGA no dia 14).


5. O filme de Iñarritu não deve contar com prêmios técnicos que o apoiem, sendo sua única chance nessas categorias em Melhor Fotografia - e, remotamente, Melhor Mixagem de Som -, o que resultaria na segunda vitória seguida de Emmanuel Lubezki, que venceu ano passado por seu trabalho em Gravidade (imagem à direita), fator que pode pesar contra o mexicano - a academia não é muito fã de dobradinhas, ainda que nas categorias técnicas ela seja mais flexível.

De qualquer forma, entre Birdman e Boyhood, o Oscar 2015 estará em ótimas mãos, um verdeiro triunfo frente ao conservadorismo da academia e provavelmente um dos seus maiores acertos dentre todas suas 85 edições, ainda que, pessoalmente, eu preferiria ver O Grande Hotel Budapeste saindo vitorioso.

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