Pular para o conteúdo principal

Artigo - Previsões do Oscar 2016: Macbeth


TEXTO DE: Matheus R.B. Hentschke

A premiação do Oscar é marcada por diversas tradições e estigmas perpetuadas há anos, que muitas vezes se mostram insuperáveis. Uma delas é a constante valorização das produções britânicas entre seus indicados, mesmo que tais filmes sejam de qualidade duvidosa, como O Jogo da Imitação (Morten Tyldum, 2014) e O Discurso do Rei (Tom Hopper, 2010).



Macbeth, a mais nova adaptação da obra de Shakespeare, apresenta a história de um duque, de mesmo nome do título, interpretado por Michael Fassbender, que recebe uma profecia de três bruxas em que ele seria o novo rei da Escócia. Manipulado pela sua mulher, Lady Macbeth (Marion Cotillard, que ganhou o papel após a desistência de Natalie Portman), e movido por um forte sentimento de ambição, o duque assassina o seu rei e toma a posse do trono para si.

A grande expectativa acerca dessa película é que seja uma obra diferenciada, sem os maneirismos e as amarras das mais recentes obras britânicas. Após o Oscar 2015, em que o fraquíssimo roteiro adaptado de O Jogo da Imitação levou a estatueta, Macbeth desponta como um forte concorrente para a categoria, visto que se trata de um filme britânico e adapta a história do ilustre escritor William Shakespeare.





Além disso, Michael Fassbender vem com força para a próxima edição do Oscar não só por Macbeth, mas também com a obra em que protagonizará o papel biográfico de Steve Jobs. De fato, as chances de concorrer a estatueta de Melhor Ator para Fassbender já é praticamente garantida por um desses dois filmes, ainda que na película Steve Jobs ele tenha mais chances. Por último, Macbeth ainda pode se apresentar como um forte candidato em alguns prêmios “menores”, como Melhor Figurino e Melhor Design de Produção, visto que obras em que é retratado períodos passados sempre possuem uma chance especial de levar tais estatuetas.

Principais Possibilidades de Indicação:

  •   Melhor Filme
  •   Melhor Ator [Michael Fassbender]
  •   Melhor Roteiro Adaptado [Jacob Koskoff, Michael Lesslie, Todd Louiso]
  •   Melhor Figurino [Jacqueline Durran]
  •   Melhor Design de Produção [Fiona Crombie]

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Explicação do Final de Birdman

 (Contém Spoilers)                                            TEXTO DE: Matheus R. B. Hentschke    Se inúmeras vezes eu julguei Birdman como pretensioso, terei de ser justo e dizer o mesmo de mim, uma vez que tentar explicar o final de uma obra aberta se encaixa perfeitamente em tal categoria. Entretanto, tentarei faze-lo apenas a título de opinião e com a finalidade de gerar discussões acerca do mesmo e não definir com exatidão o que Iñarritu pretendia com seu final. 

Retrospectiva: 1977

GUILHERME W. MACHADO Percebi que 2017 já está quase acabando e tem vários grandes anos "aniversariantes" para os quais ainda não prestei homenagem. Entre eles, 1977. 77 foi ao mesmo tempo um ano de consolidação da maturidade de antigas lendas quanto do surgimento ainda cru de outras novas, o que se reflete de forma tão óbvia nessa seleção com jovens em ascensão como Lynch, Scorsese e Woody Allen intercalados com figurões consolidados como Buñuel, Resnais e Cassavetes. No meio destes há ainda grandes como Herzog (que certamente está na briga quando se fala no melhor cineasta daquela década) e Argento, ambos também em processo de amadurecimento.

Três Homens em Conflito (Sergio Leone, 1966)

GUILHERME W. MACHADO De tempos em tempos, pra não dizer de décadas em décadas, surgem alguns poucos filmes realmente revolucionários, que mudam a percepção sobre o que já passou e alteram os padrões para o que está por vir. Três Homens em Conflito [1966] é uma dessas obras, um filme que surgiu como o verdadeiro expoente do famoso “western spaghetti” (criado pelo próprio Leone) e do próprio cinema de entretenimento de forma geral. Sergio Leone garantiu, portanto, seu lugar na história do cinema nesse último, e melhor, filme de sua Trilogia dos Dólares (todos estrelados por Clint Eastwood).