Guilherme W. Machado
Como é costume desde o início do
Critic Pop, eu atualizo o meu top 50 de filmes preferidos a cada semestre.
Aproveito essa nova inserção para comunicar que passarei, a partir de 2016, a
atualizar essa lista anualmente, provavelmente no final do ano ou início do ano
subsequente. A mudança ocorre para diminuir a semelhança entre as postagens e
valorizar mais as novidades na lista, além de criar um quadro comparativo menos
volátil. Por mais que seja prazeroso elaborar essa lista, não é fácil fazê-la
semestralmente sem a sensação de déjà vú.
Enfim, sobre a lista. Penei um pouco mais - bem mais, na verdade - que o normal para defini-la. Me defrontei com a realidade de que muitos dos filmes que tenho como "fixos" na lista carecem de revisão, pois não os (re)vejo há um bom tempo e por isso não estão tão vivos na minha memória, o que torna difícil sua comparação com outros que vi/revi em anos mais recentes. Muitos destes (fixos) ainda se mantiveram na lista, pelo simples motivo de que são, inevitavelmente, meu filmes preferidos; já outros tive que deixar de molho enquanto espero pela oportunidade de revê-los. O mesmo processo ocorreu com outros filmes que amo, e que teriam forte potencial de figurar na lista (ainda que não o tenham feito nas anteriores), mas sobre os quais não tenho subsídios o suficiente na minha memória para contemplá-los frente candidatos mais recentes.
OBS 1: A lista está em ordem de lançamento.
OBS 2: Clique nos nomes dos filmes em vermelho para ler nossas respectivas críticas.
Sherlock Jr. [Buster
Keaton, 1924]
Jejum de Amor [Howard
Hawks, 1940]
Cidadão Kane [Orson Welles, 1941]
Casablanca [Michael Curtiz, 1942]
Pacto de Sangue [Billy Wilder, 1944]
Festim Diabólico [Alfred Hitchcock, 1948]
O Terceiro Homem [Carol Reed, 1949]
Crepúsculo dos Deuses [Billy Wilder, 1950]
Contos de Lua Vaga [Kenji Mizoguchi, 1953]
Janela Indiscreta [Alfred Hitchcock, 1954]
Um Corpo que Cai [Alfred Hitchcock, 1958]
Quanto mais Quente Melhor [Billy Wilder, 1959]
Psicose [Alfred Hitchcock, 1960]
Se Meu Apartamento Falasse [Billy Wilder, 1960]
Ano Passado em Marienbad [Alain Resnais, 1961]
Técnicas de um Delator [Jean-Pierre Melville, 1962]
Desafio do Além [Robert Wise, 1963]
Dr. Fantástico [Stanley Kubrick, 1964]
A Mulher da Areia [Hiroshi Teshigahara, 1964]
Persona [Ingmar Bergman, 1966]
Quem tem Medo de Virginia Woolf? [Mike Nichols, 1966]
Duas Garotas Românticas [Jacques Demy, 1967]
Faces [John Cassavetes, 1968]
Era uma Vez no Oeste [Sergio Leone, 1968]
Trilogia - O Poderoso Chefão [Francis Ford Coppola, 1972/1974/1990]
Chinatown [Roman Polanski, 1974]
Prelúdio para Matar [Dario Argento, 1975]
Taxi Driver [Martin Scorsese, 1976]
Annie Hall [Woody Allen, 1977]
Fedora [Billy Wilder, 1978]
O Franco-Atirador [Michael Cimino, 1978]
O Iluminado [Stanley Kubrick, 1980]
Paris, Texas [Wim Wenders, 1984]
Crimes e Pecados [Woody Allen, 1989]
Os Bons Companheiros [Martin Scorsese, 1990]
Os Imperdoáveis [Clint Eastwood, 1992]
Instinto Selvagem [Paul Verhoeven, 1992]
O Pagamento Final [Brian De Palma, 1993]
Pulp Fiction [Quentin Tarantino, 1994]
Fogo contra Fogo [Michael Mann, 1995]
Trilogia – Antes do Amanhecer [Richard Linklater, 1995/2004/2013]
Fargo [Joel Coen, Ethan Coen, 1996]
Magnólia [Paul Thomas Anderson, 1999]
De Olhos Bem Fechados [Stanley Kubrick, 1999]
Cidade dos Sonhos [David Lynch, 2001]
Dogville [Lars Von Trier, 2003]
Kill Bill [Quentin Tarantino, 2003/2004]
Onde os Fracos não têm Vez [Joel Coen, Ethan Coen, 2007]
O Grande Hotel Budapeste [Wes Anderson, 2014]
Mesmo que seja parecida com a
lista anterior, alguns pontos me chamaram atenção. Vale ressaltar, antes,
que sempre faço essas listas do zero, sem olhar as antecedentes; apenas depois
de feitas que busco as anteriores para fazer algumas comparações. Instinto
Selvagem [1992] me parecia que seria uma empolgação passageira - por mais que
sempre tenha gostado muito do filme -, mas ao fazer essa nova lista constatei sua presença de novo, e com grandes chances de permanencia. Por quê? Porque é um thriller fenomenalmente conduzido por Verhoeven no melhor estilo hitchcockiano de direção, além de um dos melhores resgates do noir (provavelmente o melhor) pós Chinatown (1974).
O Grande Hotel Budapeste deixou de figurar apenas pelo meu objetivo de manter pelo menos um grande filme recente na lista, mas sim pelos seus méritos como filme, devendo inclusive caminhar para uma posição fixa. Ainda na parte recente da lista, a adição de Onde os Fracos não têm Vez, filme que amo há muito tempo, faz apenas eu me perguntar por que não estava nas listas anteriores. Sempre "economizei" sua vaga por conta da presença fixa da obra prima Fargo, mas a verdade é que, por mais que haja uma forte semelhança de estilo e de abordagem, são dois filmes diferentes que reforçam pontos recorrentes da carreira dos irmãos diretores, mas cada um à sua maneira. Não vejo por que limitar suas presenças.
De Olhos Bem Fechados é um dos filmes mais atmosféricos do cinema, além de um profundo estudo psicológico do casal protagonista. O filme que encerrou a carreira de Kubrick raramente é um de seus mais celebrados, mas eu o vejo como um de seus mais hipnotizantes. Não é minha intenção aqui abrir um quadro comparativo com seus (muitos) grandes filmes - o que seria covardia contra obras monumentais como 2001 ou Barry Lyndon -, apenas apontá-lo como um dos meus preferidos.
Os Imperdoáveis é a obra seminal de Eastwood, mas acima disso, é um dos grandes filmes sobre o fim do oeste. Um filme primoroso nas mais diversas etapas de sua produção, do ótimo roteiro, que consegue abordar uma pluralidade de assuntos relevantes ao tema, à direção e à parte técnica, passando pelas ótimas atuações. Pouco tempo atrás essa posição na lista era ocupada pelo filmaço O Homem que Matou o Facínora (1962), de Ford. Quando a qualidade dos filmes é compatível, acho válido fazer um revezamento, mas, sinceramente, teria dificuldade em apontar qual dos dois gosto mais.
O Franco Atirador, Duas Garotas Românticas, Fedora e Faces são as jóias que tive o prazer de assistir pela primeira vez nesse ano de 2015 (que vem se mostrando bastante produtivo). O primeiro é um dos filmes mais humanos à tratar da guerra, além de um primor estético e um show de atuações; o segundo é um dos mais belos e cativantes filmes sobre encontros e desencontros amorosos, um filme que precisa ser sentido pelo espectador para que esse compreenda seu encanto; o filme de Wilder é uma das obras mais geniais sobre a beleza eterna, sobre a busca pela juventude e sobre a imortalidade dos ícones; e o filme de Cassavetes explora com a intimidade de poucos os meandros do casamento e o seu lado mais decadente.
Enfim gostaria de estender meus comentários a todos filmes da lista e explicar suas posições aqui, mas é completamente impraticável. Sintam-se livres para questionar minhas escolhas, ou mesmo expor as suas.
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O Grande Hotel Budapeste deixou de figurar apenas pelo meu objetivo de manter pelo menos um grande filme recente na lista, mas sim pelos seus méritos como filme, devendo inclusive caminhar para uma posição fixa. Ainda na parte recente da lista, a adição de Onde os Fracos não têm Vez, filme que amo há muito tempo, faz apenas eu me perguntar por que não estava nas listas anteriores. Sempre "economizei" sua vaga por conta da presença fixa da obra prima Fargo, mas a verdade é que, por mais que haja uma forte semelhança de estilo e de abordagem, são dois filmes diferentes que reforçam pontos recorrentes da carreira dos irmãos diretores, mas cada um à sua maneira. Não vejo por que limitar suas presenças.
De Olhos Bem Fechados é um dos filmes mais atmosféricos do cinema, além de um profundo estudo psicológico do casal protagonista. O filme que encerrou a carreira de Kubrick raramente é um de seus mais celebrados, mas eu o vejo como um de seus mais hipnotizantes. Não é minha intenção aqui abrir um quadro comparativo com seus (muitos) grandes filmes - o que seria covardia contra obras monumentais como 2001 ou Barry Lyndon -, apenas apontá-lo como um dos meus preferidos.
Os Imperdoáveis é a obra seminal de Eastwood, mas acima disso, é um dos grandes filmes sobre o fim do oeste. Um filme primoroso nas mais diversas etapas de sua produção, do ótimo roteiro, que consegue abordar uma pluralidade de assuntos relevantes ao tema, à direção e à parte técnica, passando pelas ótimas atuações. Pouco tempo atrás essa posição na lista era ocupada pelo filmaço O Homem que Matou o Facínora (1962), de Ford. Quando a qualidade dos filmes é compatível, acho válido fazer um revezamento, mas, sinceramente, teria dificuldade em apontar qual dos dois gosto mais.
O Franco Atirador, Duas Garotas Românticas, Fedora e Faces são as jóias que tive o prazer de assistir pela primeira vez nesse ano de 2015 (que vem se mostrando bastante produtivo). O primeiro é um dos filmes mais humanos à tratar da guerra, além de um primor estético e um show de atuações; o segundo é um dos mais belos e cativantes filmes sobre encontros e desencontros amorosos, um filme que precisa ser sentido pelo espectador para que esse compreenda seu encanto; o filme de Wilder é uma das obras mais geniais sobre a beleza eterna, sobre a busca pela juventude e sobre a imortalidade dos ícones; e o filme de Cassavetes explora com a intimidade de poucos os meandros do casamento e o seu lado mais decadente.
Enfim gostaria de estender meus comentários a todos filmes da lista e explicar suas posições aqui, mas é completamente impraticável. Sintam-se livres para questionar minhas escolhas, ou mesmo expor as suas.
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Filmes eliminados pela urgência
de revisão (mas que teriam tudo para entrar): O
Discreto Charme da Burguesia [1972]; A Felicidade não se Compra [1946]; Cópia Fiel [2010]; Depois de Horas [1985]; A Marca da Maldade [1958]; Ladrões de Bicicleta [1948]; A Hora do Lobo [1968]; A Regra do Jogo [1939]; Carta de uma Desconhecida [1948]; As Noites de Cabíria [1957]; Gritos e Sussurros [1972]; Rashomon [1950].
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