GUILHERME W. MACHADO
Depois de uma desastrosa previsão - pela primeira vez desde que comecei a prever o Oscar, na edição de 2012, errei o vencedor do prêmio de Melhor Filme -, na qual tive 15 acertos contra 6 erros nas categorias em que me propus prever, resta-me fazer o balanço final e refletir sobre os vencedores da mais famosa premiação do mundo do cinema.
Esse ano deu a impressão de que a academia decidiu ser mais diplomática do que a média e agradar todo mundo um pouco. Dos 8 indicados a Melhor Filme, apenas 2 não levaram nenhum prêmio para casa (Perdido em Marte e Brooklyn). Começando pelo queridinho da crítica, Mad Max, que levou o maior número de estatuetas: 6, todas em prêmios técnicos. O segundo queridinho da crítica, Spotlight, acabou puxando uma surpreendente virada e levando o principal prêmio da noite, mas não convenceu, tendo somado apenas outra vitória em Melhor Roteiro Original (pior acumulo de estatuetas de um vencedor de Melhor Filme desde a década de 30). Já o antes-favorito, O Regresso, consagrou seus três principais nomes: Alejandro González Iñarritu fez história quebrando um jejum de mais de 60 anos que um mesmo diretor não ganhava o prêmio de Melhor Diretor dois anos seguidos; Emmanuel Lubezki tornou-se a única pessoa - em qualquer categoria - a vencer 3 Oscars em anos consecutivos; e Leonardo DiCaprio levou seu tão esperado prêmio de Melhor Ator.
À parte das poucas - embora verdadeiramente chocantes - zebras, o restante da noite foi como o previsto. Alicia Vikander e Brie Larson levaram os dois prêmios de Melhor Atriz, coadjuvante e principal, respectivamente. Os favoritíssimos O Filho de Saul, Amy e Divertida Mente, venceram. As categorias de roteiro foram conservadoras e confirmaram o WGA e o BAFTA ao consagrar Spotlight e A Grande Aposta os vencedores. Mad Max levou a maioria das técnicas nas quais era realmente favorito. E, aquele que provavelmente foi o melhor momento da noite, o lendário Ennio Morricone ganhou seu primeiro Oscar de Melhor Trilha Sonora Original, por Os Oito Odiados, sendo aplaudido em pé por uma plateia emocionada.
Por fim, as zebras as quais me referi antes. Ex_Machina foi o vencedor mais imprevisível da noite ao levar (com boa dose de merecimento) o prêmio de Melhores Efeitos Especiais, desbancando favoritos como Star Wars VII, Mad Max e O Regresso. O até então desacreditado Sam Smith ganhou melhor canção original por The Writing's On the Wall, de Spectre. O Regresso foi superado nas duas categorias de som por Mad Max, o que pode no máximo ser classificado como uma semi-surpresa. E, para a tristeza de muitos, Mark Rylance sobrepujou Sylvester Stallone - amplamente tido como favorito - em Melhor Ator Coadjuvante, acontecimento que não acho propriamente surpreendente, uma vez que nas minhas apostas, já apontava Rylance como provável vencedor, ainda que acreditasse - com uma esperança apenas plausível para o torcedor - na zebra de Tom Hardy.
Enfim, segue a lista completa dos vencedores.
OBS: Clique nos títulos em vermelho para ler as críticas dos filmes
VENCEDORES
MELHOR FILME: Spotlight
MELHOR DIRETOR: Alejandro G. Iñarritu, por O Regresso
MELHOR ATOR: Leonardo DiCaprio, por O Regresso
MELHOR ATRIZ: Brie Larson, por O Quarto de Jack
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Mark Rylance, por Ponte dos Espiões
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Alicia Vikander, por A Garota Dinamarquesa
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Spotlight
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: A Grande Aposta
MELHOR FILME ESTRANGEIRO: O Filho de Saul
MELHOR DOCUMENTÁRIO: Amy
MELHOR ANIMAÇÃO: Divertida Mente
MELHOR EDIÇÃO: Mad Max: Estrada da Fúria
MELHOR FOTOGRAFIA: O Regresso
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO: Mad Max: Estrada da Fúria
MELHOR FIGURINO: Mad Max: Estrada da Fúria
MELHOR MAQUIAGEM: Mad Max: Estrada da Fúria
MELHORES EFEITOS ESPECIAIS: Ex_Machina
MELHOR EDIÇÃO DE SOM: Mad Max: Estrada da Fúria
MELHOR MIXAGEM DE SOM: Mad Max: Estrada da Fúria
MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL: Os Oito Odiados
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL: The Writing's On The Wall, de Spectre
MELHOR CURTA METRAGEM: Stutterer
MELHOR CURTA METRAGEM DE ANIMAÇÃO: Bear Story
MELHOR CURTA METRAGEM DOCUMENTAL: A Girl in the River
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