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Mostrando postagens de dezembro, 2016

Animais Noturnos (Tom Ford, 2016)

GUILHERME W. MACHADO O novo filme de Tom Ford – confesso que ainda não vi o seu primeiro, Direito de Amar [2009] – de cara traz, já nos créditos mesmo, todos os cacoetes que se esperaria de um filme dirigido por um estilista ou artista plástico (no caso, ele é a primeira opção). Tudo nessa primeira cena (trilha sonora, fotografia, direção de arte, etc) clama por uma noção de autoria, por uma atmosfera onírica, na vã tentativa de pegar emprestado um pouco da magia de um David Lynch, mas mais pelo prazer que essa proporciona ao ego do autor do que por alguma razão de ser. Porque, realmente, Animais Noturnos não é muito mais do que exibição e mímica, com muito na superfície e nada no âmago.

Top 10 - Natal no Cinema

GUILHERME W. MACHADO Natal se aproxima e, como todo ano, surgem aquelas listas temáticas (não apenas de filmes) relacionadas ao "espírito natalino". Eu adoro o Natal, mas meu entusiasmo não se propaga a alguns filmes/músicas/etc chatíssimos(as) que às vezes o acompanham. Essa lista não é sobre filmes com espírito natalino  –  diria que apenas 1 filme dentre os 10 presentes seja, realmente, "natalino"  –  e sim sobre filmes com uma  ambientação natalina que ocupe uma porção generosa de sua duração. Enfim, são ótimos filmes, que, mesmo os mais pesados, eu recomendaria ver nessa semana.

Sully (Clint Eastwood, 2016)

GUILHERME W. MACHADO Mais 40 anos de experiência deram ao piloto Sully a bagagem necessária para operar o seu “milagre” – como foi proclamado – no rio Hudson no auge do inverno de 2009 em Nova York. Quase os mesmos 40 e poucos anos de experiência em direção que permitiram a Clint Eastwood confeccionar seu filme mais enxuto (não apenas por ser um dos menores de sua carreira) e preciso. Sully é mesmo, seja no seu enredo ou na execução, um filme de precisão glacial, com um mínimo de floreios. O problema é que toda essa concisão, que, garanto, foi meticulosamente articulada, faz com que o filme pareça simplório ao olhar de alguns.

Top 10 - Filmes Biográficos

GUILHERME W. MACHADO Não sou, realmente, um grande fã de biografias no cinema. Nem mesmo de filmes baseados em eventos reais ou filmes de reconstrução histórica, que seguem uma linha parecida. O problema reside muito na prática comum de tratar essas obras com muita exatidão, fazendo delas mais uma simples reconstrução de fatos e eventos do que um objeto de exploração para sentimentos ou personalidades que, apesar de serem individuais, refletem muito nas sociedades nas quais estão inseridas. Claro, toda regra tem sua exceção e - sendo justo - a biografia é um formato que oferece bastante, mas raramente é aproveitado. Tenho notado com particular intensidade que recentemente têm-se feito ótimas cinebiografias. O formato sempre teve lá sua popularidade, principalmente nos resultados do Oscar; é recentemente, entretanto, que ele tem explorado novos potenciais, muito, acredito, através do avanço do cinema digital (que, sem querer entrar nos méritos dessa longa discussão, tem sim coisas

Explicação do Filme Cidade dos Sonhos

GUILHERME W. MACHADO Acatando pedido comum dos leitores, passei por cima de alguns receios (muitos envolvendo minha relação pessoal com o filme) e acabei por expor a forma como eu vejo a trama de Cidade dos Sonhos ; fruto do suor e de consecutivas revisões do filme no início da minha adolescência. Não me considero um "visionário" nem nada, sei que – ao contrário de sete anos atrás, quando eu inutilmente varri a internet tentando buscar teorias para comparar com as minhas – hoje em dia essa interpretação já é bem difundida, muito por não ser, de fato, um filme de história muito complexa, mas sim de narrativa alternativa. Faço esse artigo, portanto, como uma “âncora”, para quem assiste o filme, o interpreta à sua maneira, e busca na internet opiniões para completar a sua visão. OBS1: Esse texto revela vários detalhes da trama [SPOILERS] , não leia sem ter visto o filme. OBS2: Para quem prefere a análise cinematográfica e artística da obra, veja meu outro texto Crítica

20 Obras-Primas de Aniversário em 2016

GUILHERME W. MACHADO Num espírito de homenagem, selecionei 20 obras-primas que estão de aniversário no ano de 2016. Como "aniversário" considerei décadas redondas, portanto, quaisquer filmes lançados nos anos "6" eram elegíveis. Não imaginei, ao começar a lista, o quão difícil ia ser podá-la para apenas 20 filmes;   quase impossível, na verdade, já que tratam-se de 9 anos diferentes, de 9 décadas diferentes, cada um com uma abundância de grandes filmes. Evitei fugir do critério (embora tenha incorrido numa pequena trapaça), e adotei a solução paliativa de incluir as "menções honrosas", para que minha consciência não me perturbasse com as indesculpáveis ausências, que, mesmo assim, foram muitas. TODOS filmes, incluindo as menções honrosas, são recomendadíssimos, e representam a nata do cinema em diferentes momentos ao longo de 90 anos.