GUILHERME W. MACHADO O novo filme de Tom Ford – confesso que ainda não vi o seu primeiro, Direito de Amar [2009] – de cara traz, já nos créditos mesmo, todos os cacoetes que se esperaria de um filme dirigido por um estilista ou artista plástico (no caso, ele é a primeira opção). Tudo nessa primeira cena (trilha sonora, fotografia, direção de arte, etc) clama por uma noção de autoria, por uma atmosfera onírica, na vã tentativa de pegar emprestado um pouco da magia de um David Lynch, mas mais pelo prazer que essa proporciona ao ego do autor do que por alguma razão de ser. Porque, realmente, Animais Noturnos não é muito mais do que exibição e mímica, com muito na superfície e nada no âmago.