GUILHERME W. MACHADO
O BAFTA ("Oscar Britânico") costuma ser um momento de "conclusão" nas apostas para o Oscar, pois é o último grande prêmio televisionado antes da cerimônia da academia. O fato das duas premiações, americana e britânica, contarem com um grande número de votantes em comum, faz com que o BAFTA se torne um dos mais confiáveis termômetros para o Oscar – seguramente muito mais que o Globo de Ouro, que antigamente cumpria essa função. Nessa temporada de 2017 ainda temos alguns sindicatos que podem fazer diferença a serem apresentados (principalmente o WGA), mas em geral, pode-se dizer que o BAFTA já concretizou a maioria dos favoritos, bem como eliminou algumas esperanças.
Dizer que La La Land está garantido é pouco, mais sensato é estipular que o musical do novato Damien Chazelle deve ganhar no mínimo 8 Oscars. A vitória de ontem em melhor fotografia, por exemplo, foi o empurrão necessário para colocá-lo a frente também nessa categoria (mesmo que Greig Frasier, diretor de fotografia de Lion, tenha vencido o prêmio do sindicato). Melhor filme, melhor diretor, melhor trilha sonora já estavam mais do que garantidos, e repetiram-se também na premiação britânica. Melhor design de produção, melhor mixagem de som e melhor figurino ainda tem boas chances, mesmo com derrotas no BAFTA, que tem como hábito dividir mais os prêmios e não concentrá-los num filme.
E não adianta mais chorar, Emma Stone foi outra que lacrou seu favoritismo levando o BAFTA, somando às suas vitórias no Globo de Ouro e no SAG. Favorita dos críticos, a lenda francesa Isabelle Huppert (Elle), segue como a única concorrente considerável na categoria, e a única esperança reside no fato de que ela não era elegível ao BAFTA, o que desconta alguns pontos da vitória de Stone (não houve embate entre as duas em nenhuma premiação até o momento, Huppert levou o Globo de Ouro na categoria de Drama e Stone na categoria de Comédia ou Musical). Em resumo, meu desejo de ver Huppert ganhando me faz crer que ela ainda tem alguma chance, mas Stone é franco-favorita.
Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar) foi outro que conseguiu uma importante vitória para retomar a liderança após ter perdido o SAG para Denzel Washington (Um Limite entre Nós). Nas categorias coadjuvantes, Viola Davis (Um Limite entre Nós) venceu de novo e é barbada pro Oscar, categoria mais garantida da noite. Já em ator coadjuvante, Dev Patel (Lion) conseguiu uma vitória surpreendente, mas que não deve atrapalhar as chances do já favorito Mahershala Ali (Moonlight).
Por fim, as categorias de roteiro precisam ainda esperar pelo WGA, mas é bem seguro apontar Manchester à Beira-Mar como grande favorito em melhor roteiro original. Já em melhor roteiro adaptado a corrida está mais apertada entre A Chegada, Moonlight e Lion (que venceu ontem e passou a ser um concorrente sério). Melhor filme estrangeiro, por sua vez, vai permanecer em mistério até o fim, uma vez que o Globo de Ouro premiou Elle e o BAFTA escolheu O Filho de Saul, dois filmes que não estão em concorrência no Oscar desse ano.
VENCEDORES:
MELHOR FILME: La La Land
MELHOR DIRETOR: Damien Chazelle (La La Land)
MELHOR ATOR: Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
MELHOR ATRIZ: Emma Stone (La La Land)
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Dev Patel (Lion)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Viola Davis (Um Limite entre Nós)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Manchester à Beira Mar
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: Lion
MELHOR FILME ESTRANGEIRO: O Filho de Saul
MELHOR EDIÇÃO: Até o Último Homem
MELHOR FOTOGRAFIA: La La Land
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO: Animais Fantásticos e Onde Habitam
MELHOR FIGURINO: Jackie
MELHOR MAQUIAGEM: Florence, Que Mulher é Essa?
MELHORES EFEITOS ESPECIAIS: Mogli, O Menino Lobo
MELHOR SOM: A Chegada
MELHOR DOCUMENTÁRIO: A 13ª Emenda
MELHOR ANIMAÇÃO: Kubo e as Cordas Mágicas
Comentários
Postar um comentário