Por mais que o Halloween não seja uma data simbólica aqui no Brasil, em termos cinematográficos ainda é um momento muito específico e que demanda alguma atenção. Ano passado eu fiz uma lista bastante genérica, cujo objetivo era pontuar alguns filmes de terror que bem representassem diferentes rumos do gênero. A ideia agora é lançar uma lista nova a cada Halloween, adotando em cada uma um novo critério de seleção. Pra esse Halloween 2016, escolhi os 10 filmes que considero mais assustadores do cinema. Vale ressaltar que medo é uma coisa muito pessoal e, no meu caso, o que mais me impressiona é justamente o quanto um filme pode ser perturbador, muito mais do que a quantidade de sustos que ele detém (que nunca ficam comigo por muito tempo). Justamente por ser um critério bastante pessoal, escrevi uma pequena explicação dos motivos pelos quais cada um desses filmes me impressionou tanto, vamos à lista:
OBS: Essa lista não está ranqueada por qualidade/preferência, e sim pelo critério de medo ou impacto causado pelos filmes. Não são, necessariamente, os meus filmes de terror preferidos (embora alguns sejam).
10. O Iluminado [Stanley Kubrick, 1980]
Kubrick traz o horror (psicologicamente falando) pra dentro da família americana. Ele não só assola a família, como é o comum, ele vem de dentro da família. A história de um pai, surtado pelo isolamento, que odeia o filho e a esposa é extremamente perturbadora, ainda mais quando retratada pela lente impassível de Kubrick, que abordou toda direção com um viés realista, tornando o horror ainda mais palpável.
09. Desafio do Além [Robert Wise, 1963]
Nunca um lugar físico foi tão assustador. A direção fenomenal de Wise cria uma atmosfera de terror sem precedentes envolvendo aquela velha mansão, um clichê que nenhum outro filme conseguiu reproduzir com o mesmo efeito desde então.
08. Prelúdio para Matar [Dario Argento, 1975]
Ao contrário de muitos nessa lista, não é o conceito nem qualquer identificação com os personagens (que nos faça torcer por sua sobrevivência) que faz de Prelúdio para Matar uma experiência tão intensamente assustadora. É provavelmente a razão mais simples de todas: o medo da morte. Argento faz de cada morte no seu filme um espetáculo tão cruel que o medo se dá por antecipação (mas ao mesmo tempo há uma ansiedade meio doentia) da próxima. Um dos filmes mais hipnotizantes do cinema.
07. Pulse [Kiyoshi Kurosawa, 2001]
É o mais interessante uso da paranoia atrelada à virada do século. Basicamente, é o avanço tecnológico da sociedade moderna causando um pesadelo apocalíptico, e de uma forma incrivelmente sinistra (ninguém supera Kiyoshi Kurosawa e sua desconcertante mise-en-scène nisso).
06. Terror nas Trevas [Lucio Fulci, 1981]
05. Violência Gratuita [Michael Haneke, 1997]
A total falta de motivo, a mentalidade sadística por trás de tudo e a completa ausência de qualquer tipo de compensação ao espectador por todo sofrimento presenciado fazem desse filme algo impossível de atravessar incólume. Haneke quase parece um terrorista do cinema aqui, atacando frontalmente a nossa sociedade e, pior, sem qualquer motivo aparente.
04. O Enigma de Outro Mundo [John Carpenter, 1982]
A situação mais inescapável e intensamente paranoica já criada no cinema. Um filme perfeito até o último segundo.
03. Desejo e Obsessão [Claire Denis, 2001]
Acho que sequer consigo expressar plenamente o impacto desse filme em mim. Bem além do próprio tema tratado (canibalismo já é forte o suficiente por si só), envolve algo sinistramente sensorial que só a Claire Denis seria capaz de atingir.
02. O Massacre da Serra Elétrica [Tobe Hooper, 1974]
Devastador. Tudo, desde a crueza do filme, até a total falta de consideração pela vida humana (comparada, inclusive, com gado), fazem de O Massacre da Serra Elétrica um filme altamente perturbador. Não há qualquer emoção, ou mesmo motivação psicológica, é um filme verdadeiramente psicótico.
01. Audition [Takashi Miike, 1999]
Uma grande sessão de tortura, especialmente no insano terceiro ato, no qual Miike abandona quase que completamente a narrativa e ataca brutalmente valores equivocados da sociedade.
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