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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Sniper Americano (2014)

MATHEUS R.B. HENTSCHKE Muitos autores literários já produziram obras que revelam o ufanismo e o nacionalismo como uma característica de dissociação da realidade. Em Triste Fim de Policarpo Quaresma, livro do autor pré-modernista Lima Barreto, tem-se a saga do funcionário público Policarpo, que dedica sua vida inteira a louvar e a idolatrar o seu país, não importando as consequências de tamanha obsessão. Contudo, tal excesso o leva a perder as pessoas ao seu redor, sua sanidade e, até mesmo, sua vida. Nesse aspecto, Sniper Americano, mais novo filme de Clint Eastwood (Jersey Boys), apresenta mais um protagonista que se utiliza da bandeira de sua pátria, a fim de dar um sentido a sua vida, não importando o quanto isso irá afetar a si e as pessoas mais próximas a ele.

CriticVideo - Leviatã (Leviafan, 2014)

TEXTO DE: Guilherme W. Machado Andrey Zvyagintsev, através de um magnífico trabalho imagético, nos transporta para uma fria e insípida cidadezinha no interior da Rússia atual para contar a universal história de um cidadão comum, pai de família, prestes a ser desapropriado de sua casa para atender aos caprichos de um governo corrupto e onipotente. O Leviatã do título é um elemento metafórico presente ao longo de toda película, seja na sua relação com a criatura bíblica ou com o estado absolutista teorizado por Thomas Hobbes. Zvyagintsev recheia seu maravilhoso roteiro com subtramas, relações familiares e reflexões [críticas] acerca da religião, fazendo de Leviatã um filme atemporal que não se prende na Rússia atual, ainda que dispare muitas críticas sobre a mesma. A narrativa kafkiana - tanto na temática (homem comum x burocracia/estado) quanto na abordagem realista da mesma -, muito evidenciada no vídeo,  imbue o filme com um realismo potente, que se soma aos milimétricos e co

Vídeos - Bradley Cooper e Jimmy Fallon

  TEXTO DE: Matheus R. B. Hentschke Esse mês de fevereiro sem dúvida foi um dos mais movimentados da história do CriticPop: cobertura completa do Oscar 2015, estreia da seção Música do Mês e estreia da categoria CriticVideo . Contudo, antes de fechar o mês, nós temos com mais uma novidade, uma seção de vídeos, mais do que obrigatória em um blog que se designa a falar sobre cinema. Aqui será um local em que não haverá restrição de conteúdo, podendo haver trailers, cenas marcantes de filmes ou entrevistas com atores e atrizes. Para primeira postagem dessa seção, um dos vídeos mais engraçados relativos a entrevistas com atores em talk shows americanos. Aqui o ator Bradley Cooper e o apresentador Jimmy Fallon simplesmente não conseguem dar sequência ao programa, por não conseguirem para de rir. Vale a pena conferir, há tempos eu não ria tanto quanto após assistir a esse vídeo. 

Top 10 - Melhores Atuações que Não Venceram o Oscar

GUILHERME W. MACHADO Nesse momento pós-oscar, no qual ainda se fala/pensa na premiação por um tempo limitado, lanço aqui uma [inútil] lista acentuando alguns grandes trabalhos esquecidos pela premiação. Obviamente existem muitas grandes atuações que mereceriam um lugar aqui, porém me detive a escolher 10, para não banalizar a lista - e para não ter que arranjar mais vídeos, confesso. Vale ressaltar que não intitulei a postagem de "10 maiores injustiças" porque essas não são, necessariamente, injustiças, e sim grandes performances que não venceram o prêmio, algumas por terem adversários ainda mais fantásticos e outras realmente por injustiça (a maioria, se não todas, de fato). Enfim, faço  essa lista mais com um sentimento mais próximo do tributo (à esses grandes atores/atrizes) do que do ressentimento à premiação, coisa que já não faz muito sentido, uma vez que todos sabem que ela assume muito mais um caráter de espetáculo do que realmente de reconhecimento.

Babel (2006)

MATHEUS R.B. HENTSCHKE No Oscar 2015, Alejandro González Iñárritu se sagrou o grande vencedor da noite levando quatro estatuetas com o seu filme Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) : Melhor Fotografia, Melhor Roteiro Original, Melhor Diretor e Melhor Filme. Ainda que não tenha sido do meu agrado sua polêmica película, após um Oscar disputado e imprevisível, nada mais justo do que começar as críticas pós-premiação com um filme do grande destacado da noite, Babel .

Premiações - E o Oscar foi para...

TEXTO DE: Guilherme W. Machado A noite do Oscar de 2015 foi marcada pela total consagração do cineasta mexicano Alejandro González Iñarritu, que levou para casa 3 estatuetas (sendo que seu filme ainda levou outra). Todos anos, independentemente da qualidade dos filmes premiados,  é comum sentir uma sensação de desaponto em relação ao resultado do Oscar. Isso ocorre pela ampla expectativa gerada nos meses anteriores e também pela esperança – ainda que mínima – que o espectador sempre sente pela vitória de seus preferidos. A lista do Oscar nunca será integralmente agradável, numa premiação de tantas categorias e tantos concorrentes, é inevitável que cada um visualize seus vencedores ideais. Há, entretanto, anos ruins, nos quais a maioria dos prêmios são entregues a filmes e/ou performances de poucos méritos, e anos bons, nos quais os vencedores tem, em sua maioria, merecimento, mesmo que não sejam aqueles idealizados por nós. 2015 foi, no geral, um ano bom. OBS: Clique nos

Premiações - Oscar 2015: Flashes do Tapete Vermelho

TEXTO DE: Matheus R.B. Hentschke Estamos cada vez mais perto do início da tão esperada premiação do Oscar 2015, uma das mais imprevisíveis dos últimos anos, e o tapete vermelho já está perto do seu final. Aqui vai algumas das personalidades a passar pelo Red Carpet e a atriz mais bem vestida, segundo os internautas do canal TNT:

Premiações - Oscar 2015: Previsões

TEXTO DE: Matheus R. B. Hentschke e Guilherme W. Machado Finalmente estamos no dia da premiação mais esperada da sétima arte: o Oscar 2015. A ansiedade é enorme pra saber o vencedor de cada uma das mais de 20 categorias e nós, do CriticPop, após uma cobertura completa dos principais filmes da premiação, não poderíamos deixar de fazer nossas previsões e nossas predileções acerca do Oscar. Para tanto, optamos por separar a opinião dos autores do blog, no intuito de gerar mais debates e uma competição amigável  para o bolão da premiação. Não esqueça de olhar a crítica dos filmes que lhe interessar, o link estará disponível e de comentar as suas previsões. 

Selma- Uma Luta Pela Igualdade (2014)

MATHEUS R.B. HENTSCHKE Barack Hussein Obama II foi o primeiro presidente negro eleito na história dos Estados Unidos da América. Tal vitória não foi obtida por uma campanha eleitoral ou sequer pelo voto dos seus eleitores, mas sim por uma longa e antiga batalha protagonizada por bravos homens e mulheres, jovens e velhos, negros e brancos que lutaram contra todos os mais diversos tipos de injustiças e barbáries cometidas por aqueles que viam na igualdade racial um motivo de ódio e de total repúdio. Nesse contexto, Selma- Uma Luta Pela Igualdade veio com a responsabilidade de ilustrar os esforços de um homem e seus discípulos, a fim de obter a humanidade que é direito a todos, todavia que era um privilégio até pouco tempo atrás. 

A Teoria de Tudo (2014)

MATHEUS R.B. HENTSCHKE Filmes biográficos são exaustivos e desinteressantes. Tal marca vem se firmando nos últimos anos e alguns exemplos podem ilustrar perfeitamente essa suma: O Discurso do Rei (Tom Hooper, 2010), Dama de Ferro (Phyllida Loyd, 2011) e Lincoln (Steven Spielberg, 2012). No entanto, a Teoria de Tudo, filme biográfico acerca da vida de Stephen Hawking e sua mulher Jane Hawking, vem em sentido diametralmente contrário a tal cenário, conseguindo ser uma película envolvente e intensa na medida certa.

Boyhood: Da Infância à Juventude (2014)

MATHEUS R.B. HENTSCHKE Algumas memórias da infância nos marcam. Uma delas, remete-se a quando eu, por volta dos meus 8 anos, assistia ao finado canal de desenhos animados e seriados juvenis chamado Fox Kids. Recordo-me uma vez, em especial, de ter assistido a uma série que nunca soube ao certo o seu nome e se, por ventura, algum dia a soube é melhor deixar esquecido, a fim de manter essa ilusão misteriosa e essa espécie de sensação mítica que ronda a tal famigerada série a que assisti. Seu conteúdo tratava de um adolescente, aficionado por quadrinhos, que diariamente comprava gibis em uma loja especializada. Contudo, em um certo dia, o jovem protagonista encontrou uma história cujo enredo se assemelhava em muito com a sua vivência, até ele perceber que, de fato, era sobre a história de sua vida. Nesse sentido, Boyhood, filme realizado durante 12 anos pelo notável diretor Richard Linklater (Antes do Amanhecer), consegue ser uma película com efeito muito semelhante a que essa hist

Sniper Americano (Clint Eastwood, 2014)

GUILHERME W. MACHADO O que faz um herói? Adotando uma proposta menos radical do que a do clássico de Martin Scorsese ( Taxi Driver , 1976), Clint Eastwood desconstrói o típico herói americano, puxando desde suas origens até o fim de sua trajetória, mostrando-nos uma ótica que nem sempre corresponde com a idealização feita sobre o ídolo popular. Clint pode ser uma personalidade pública de opiniões fortes e de visão política abertamente republicana; durante sua carreira sempre se destacou, entretanto, por sua imparcialidade como diretor – sobre os mais diversos assuntos – e seu total respeito pelo ser humano e seus direitos, vide filmes como Invictus (2009), Gran Torino (2008) e Cartas para Iwo Jima (2006). Acredito piamente que há, pelo menos sempre deveria haver, um distanciamento entre a pessoa privada e a pessoa artística que estende-se, também, às obras.

CriticVideo - 8 Filmes do Oscar 2015

TEXTO DE: Guilherme W. Machado Aproximando-se do resultado do Oscar 2015, um dos mais incertos dos últimos anos, lanço aqui um panorama geral que envolve os 8 indicados à Melhor Filme,  arranjando-os em ordem de preferência. A proposta é tecer um breve comentário, acompanhado do respectivo trailer, sobre os 8 principais filmes da premiação - ainda que não sejam, indubitavelmente, os 8 melhores -, apresentando uma breve visão sobre cada um, assim como um quadro comparativo entre os mesmos, uma vez que estão listados em ordem de preferência e com notas atribuídas. OBS: Clique nos nomes dos filmes para ler nossas respectivas críticas completas.

Grandes Olhos (2014)

MATHEUS R.B. HENTSCHKE Frequentemente se vê nos noticiários inúmeros casos de violência contra às mulheres. Esse número é tão espantoso que, em pesquisa realizada recentemente, 3 em cada 5 mulheres jovens disseram já ter sofrido algum tipo de violência. Contudo, a dúvida que perpassa a cabeça de quem ouve tais atrocidades ocorrerem é: “Por que essas mulheres, muitas vezes, não tomam uma atitude? Não se separam de seus maridos abusivos? Não denunciam tais agressores?” Nesse sentido, o mais novo trabalho do diretor Tim Burton (Ed Wood), Grandes Olhos , consegue trazer à tona tal debate, em uma obra que se diferencia muito do teor de seus filmes anteriores.

O Grande Hotel Budapeste (Wes Anderson, 2014)

GUILHERME W. MACHADO     O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto. (PESSOA, Fernando) Os livros de história documentam os eventos do passado, guerras, tratados, leis e civilizações; apenas a arte, todavia, é capaz de dar vida a esses elementos, traduzindo-os numa comunidade viva, com todos seus charmes e idiossincrasias. O Grande Hotel Budapeste é um filme sobre a passagem do tempo, sobre a mudança de eras. Wes Anderson adota um olhar nostálgico na criação dessa sua cativante fábula sobre a Europa nos anos 30, em contraposição ao olhar mais decadente para a mesma nos anos 60 e nos tempos atuais. O próprio tempo que provém o charme a uma época passada, uma vez que só se pode adotar um olhar saudosista sobre o que já passou, desvirtua-nos do mesmo, inevitavelmente.

CriticVideo- Corações de Ferro

Diretor : David Ayer //  Roteiro : David Ayer //  Elenco Principal : Brad Pitt, Jon Bernthal, Shia LaBeouf, Michael Peña, Logan Lerman//  Gênero : Ação/ Drama/ Guerra //  Nacionalidade : Estados Unidos, China, Reino Unido //  Duração Aproximada : 134 min TEXTO DE: Matheus R.B. Hentschke Essa é a estreia da mais nova seção do CriticPop chamada CriticVideo (sim, segunda do ano, a outra foi a Música do Mês). Nessa categoria será postada uma pequena crítica acerca de algum filme visto pelos escritores do blog, acompanhado de algum vídeo referente a película analisada. Tal recurso foi criado após percebermos que, nesse período pré-oscar, se tornou impossível acompanhar todos os filmes da premiação e mais outros que estrearam junto e que são de interesse do público também. Além disso, durante o ano será um recurso valioso o CriticVideo, em virtude dos mais diversos compromissos que se acumulam ao decorrer dos meses. Sem mais delongas, agora vamos à crítica de Corações de Ferro. A Se

Whiplash: Em Busca da Perfeição (2014)

MATHEUS R.B. HENTSCHKE Em depoimento à Comissão da Verdade, que analisa os abusos ocorridos na Ditadura Militar Brasileira, o coronel Paulo Malhães, que matou e torturou diversas pessoas à época, falou acerca da prática de tais torturas: "A tortura é um meio. Se o senhor, por exemplo, quer saber a verdade, terá que me apertar", levá-lo ao máximo. Nesse sentido, Whiplash: Em Busca da Perfeição apresenta uma relação que se assemelha muito a de um torturador com a sua vítima, ao acompanhar a trajetória de Andrew (Miles Teller), um estudante de música e baterista de jazz, que tem de passar por situações psicologicamente e fisicamente degradantes, a fim de permanecer no grupo comandado pelo respeitado e exigente professor Fletcher (J.K. Simmons). 

Explicação do Final de Birdman

 (Contém Spoilers)                                            TEXTO DE: Matheus R. B. Hentschke    Se inúmeras vezes eu julguei Birdman como pretensioso, terei de ser justo e dizer o mesmo de mim, uma vez que tentar explicar o final de uma obra aberta se encaixa perfeitamente em tal categoria. Entretanto, tentarei faze-lo apenas a título de opinião e com a finalidade de gerar discussões acerca do mesmo e não definir com exatidão o que Iñarritu pretendia com seu final. 

Premiações - BAFTA 2015

TEXTO DE: Matheus R. B. Hentschke   Ocorreu nesse domingo, em Londres, a premiação do Oscar britânico: o BAFTA 2015. A premiação foi praticamente impecável, tanto ao indicar nomes esquecidos pelo Oscar, como o de Ralph Fiennes ( O Grande Hotel Budapeste) e Jake Gyllenhaal (O Abutre) na categoria de Melhor Ator e Amy Adams (Grandes Olhos) na categoria de Melhor Atriz, quanto ao premiar filmes, atuações e roteiros obrigatórios de serem laureados, como Boyhood na categoria de Melhor Filme, O Grande Hotel Budapeste como Melhor Roteiro Original e J.K Simmons como Melhor Ator Coadjuvante ( Whiplash: Em Busca da Perfeição) . 

Oscar 2015 - E agora?

TEXTO DE: Guilherme W. Machado Com o resultado do DGA (Directors Guild of America) consagrando Alejandro González Iñarritu como Melhor Diretor de 2014, por Birdman , a corrida pelo Oscar neste ano de 2015 fica acirrada como há tempos não foi. Como vem sendo apontado por aí, parece estar acontecendo um dejá vu de 2011, quando o favoritíssimo A Rede Social (David Fincher, 2010), que havia vencido o Globo de Ouro, o Critic's Choice Awards e a maioria dos prêmios precedentes a esses, sofreu a virada de O Discurso do Rei (Tom Hooper, 2010), quando esse faturou os prêmios do SAG, do DGA e do PGA.

Psicose (Alfred Hitchcock, 1960)

GUILHERME W. MACHADO   OBS: Esse texto revela segredos da trama (SPOILERS), não leia antes de ver o filme. Norman Bates: It's not like my mother is a maniac or a raving thing. She just goes a little mad sometimes. We all go a little mad sometimes. Haven't you? Marion Crane: Yes. Sometimes just one time can be enough.     Pessoas imperfeitas em situações extremas. Marion Crane (Janet Leigh) sempre fora uma jovem responsável, mas que começa a ser atordoada pelo fantasma do casamento, enquanto seu namorado Sam Loomis (John Gavin) está enterrado em dívidas, o que impossibilita o matrimônio. Norman Bates (Anthony Perkins) é um jovem dono de um pequeno motel de estrada que cresceu reprimido pela sua mãe controladora que o mantém preso à sua infância. Psicose mostra como qualquer pessoa, nas circunstâncias certas, pode ser levado à ações irracionais.

Birdman ou A Inesperada Virtude da Ignorância (2014)

MATHEUS R.B. HENTSCHKE Um relógio quebrado. Um relógio vistoso. Um relógio primoroso. Um relojoeiro, profissão que se destina a reparar relógios, apenas conseguirá dizer, com exatidão, acerca da qualidade de um relógio, se abri-lo e visualizar o funcionamento de suas engrenagens internas. Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), com seus bombardeios sonoros e ilusões visuais, necessita do mesmo trato que um relojoeiro dá ao seu material de trabalho, a fim de conseguir analisar com precisão o que funciona e o que é apenas um embuste na película tão aclamada pela crítica em geral. Riggan Thomson (Michael Keaton) é um ator que viveu seu auge no cinema como o herói Birdman, em três filmes de grande sucesso, nos anos 90. Com o passar dos anos e sua carreira beirando ao final, Riggan resolve voltar para mais uma empreitada como ator, agora também como diretor, na Broadway. Contudo a história não se limita a esse simples enredo, mas sim adiciona várias outras alegorias e

Música do Mês – Janeiro

Essa é a mais nova categoria do CriticPop: Música do Mês. Nessa seção, músicas de filmes atuais ou antigos, vistos ou revistos pelos críticos do blog ganharão destaque seja pela sua qualidade, seja pela sua repercussão.     Nesse primeiro mês do ano (um tanto atrasado, de fato) ganhará tal título uma canção que agradou tanto o público em geral, quanto a crítica, ainda que o filme não tenha sido consenso quanto a sua qualidade. Estou falando da canção Yellow Flicker Beat (Jogos Vorazes- A Esperança Parte 1) da cantora Lorde. Tal música consegue captar a essência da personagem de Jennifer Lawrence, Katniss Everdeen, e sua ascensão como protagonista de uma grande revolução. Sem mais delongas, Yellow Flicker Beat:

Birdman OU A Inesperada Virtude da Ignorância (Alejandro González Iñarritu, 2014)

GUILHERME W. MACHADO Há quase 7 décadas, um cineasta de ampla ambição e enorme ego adotou a controversa ideia de realizar um filme sem cortes, ou que parecesse como tal (uma vez que tal ato não era possível por causa do tamanho dos rolos de filme). Hitchcock podia até ser um diretor megalomaníaco, mas fato é que seu Festim Diabólico (1948) acabou se tornando uma obra-prima ímpar na história do cinema. Se Birdman terá essa longevidade, ainda não posso afirmar, mas sua relação com o filme anteriormente citado é inevitável – e sei que não sou o primeiro e nem serei o último a fazê-la. Iñarritu, como Hitchcock, é um cineasta egocêntrico e que busca a grandiosidade e o reconhecimento em todos os momentos. Com Birdman ele entrega uma obra à nível de suas pretensões.